O Vale Qadisha tem muitas cavernas naturais que foram usadas como abrigos no Período Paleolítico.
A caverna Aassi Hauqqa em particular, perto de Hawqa, reservou itens arqueológicos indicando que foi utilizada nos períodos Paleolíticos, Romanos e Medievais.
Desde os primeiros séculos do Cristianismo, este Vale Sagrado serviu como refúgio para aqueles em busca do isolamento.
Historiadores acreditam que o Vale Qadisha teve comunidades monásticas continuamente desde os primeiros anos do Cristianismo, abrigando os mosteiros Deir Qannubin, Deir Mar Elisha e Deir Mar Antonios Qozhaya.
É também destino também de Muçulmanos místicos, ou Sufis, que visitavam para meditação e isolamento.
Portanto, uma região sagrada e inspiradora, que convida à meditação, desde Becharre até os Cedros, passando por estes mosteiros talhados nas montanhas.
Aliás,à medida que você vai subindo a serra, parece que está indo à caminho do céu.
Para aqueles que estiverem de coração aberto poderão sentir que o lugar é mágico.
Em 1998, a UNESCO incluiu o Vale à lista dos Patrimônios Históricos da Humanidade (World Heritage Sites) pela sua importância como sítio de alguns monastérios desde o início do Cristianismos e por seu contínuo exemplo de fé cristã.
Na visita ao mosteiro, é possível aprender sobre a vida de Santo Antônio e sobre a Igreja Maronita (em referência a São Marun, monge eremita do século 4º), predominante no país.
Diariamente, há orações e litanias, e, aos domingos, são celebradas cinco missas.
Outros santos importantes são Nimatullah al-Hardini e Santa Rafqa.
Ao lado do mosteiro, há uma gruta à qual se atribuem propriedades curativas.
O museu do local expõe, além de objetos religiosos, quadros e instrumentos agrícolas antigos, a primeira prensa gráfica do Oriente (do século 16) e o primeiro texto impresso, o “Livro dos Salmos”, em caracteres siríacos.

Monastério Maronita – O Corredor de ligação entre os quartos do Monges e as demais áreas foi projetado e construído em forma de Labirinto. O ato de caminhar pelo Labirinto é uma maneira substitutiva de Peregrinação, sendo que ao atingir o Centro é o equivalente a alcançar a cidade Santa de Jerusalém ou a Harmonia Divina.
(Créditos: Jorge Raif Zalaf)
Como Chegar ao Vale Qadisha
Como já disse em posts anteriores, minha sugestão é alugar um carro e andar com um mapa na mão (GPS não funciona direito lá, já que as ruas não tem nomes e nem números, é tudo por pontos de referência).
Ou, contrate um motorista. A diária varia em torno de U$40 a U$90, dependendo da kilometragem percorrida e do período, mas vale muito a pena pois eles conhecem os caminhos e falam bem a língua.
Em última hipótese vá de excursão, mas eu -particularmente- não gosto!
Prefiro ir com meu próprio grupo porque aí dá para comer na hora que quer, tirar foto na hora que quer e etc, mas isso vai de gosto, né?
O Vale Qadisha fica a 110 km da Capital.
- Saindo de Beirut, você vai sentido Norte pelo túnel Nahr el Kalb, pega a auto-estrada até Chekka, sul de Trípole, e depois vire para Amioun.
De lá as estradas passam pelo lado de Kadisha Gorge até Kousba, Tourza, Hadeth el Jebbeh e, finalmente, Qadisha.
- Outra opção de percurso eu descrevi neste post de como chegar aos Cedros, já que é o mesmo caminho.
Há muitos grupos que vão até lá para fazer trecking!
Em novembro de 2020 fiz minha primeira expedição por 4 dos 1001 monastérios do Vale. Confira aqui.

Outro mapa para te ajudar a se localizar quando for à Qadisha e não perder nenhuma atração interessante. 🙂
Gostou do post? Comente no final da página. Sua opinião é muito importante pra mim! 🙂
Confira todas nossas dicas e histórias do Líbano
Expedição pelos monastérios do Vale Sagrado Kadisha
Um Comentário